A ciência brasileira comemora mais uma conquista: uma tecnologia 100% nacional. Ela promete revolucionar o tratamento contra a Leucemia (câncer de sangue) no país.
O programa foi lançado esta semana em São Paulo e visa atender cerca de 300 pacientes por ano.
Após quase 20 anos de pesquisas realizadas, cientistas locais já conseguem reproduzir o tratamento de leucemia a partir das células T modificadas. A boa notícia é que essa terapia chega ao país por um preço muito inferior ao realizado no exterior.
O Hemocentro de Ribeirão Preto e a Faculdades de Medicina da USP firmaram parceria com o Instituto Butantã para efetivar os tratamentos no país. Entretanto, antes é necessário passar pela fase de testes clínicos, que depende do aval da Anvisa.
O custo por tratamento é de cerca de R$ 100 mil por paciente. O preço ainda é alto, mas configura apenas 2% do valor de um tratamento importado.
Ademais, o Hospital Albert Einstein, em SP, também já está na fase final do processo de autorização da Anvisa para testes clínicos.
Por enquanto, as células T modificadas só foram liberadas para algumas formas muito progressivas de linfomas, leucemia aguda e mieloma múltiplo. O novo tratamento, aplicado somente em pacientes muito graves, consegue taxas de remissão completa entre 80 e 90%. Os médicos só confirmam a cura após cinco anos sem a doença.
Sobre o tratamento
Primeiro as células T, do sistema de defesa do corpo, são extraídas do paciente. Em um laboratório, elas recebem um pedaço de DNA com nova informação genética. Essa alteração faz a célula produzir uma molécula denominada pelos cientistas de Receptor de Antígeno Quimérico.
A célula T modificada reconhece as células cancerígenas. É como se as defesas do paciente recebessem uma mira laser, mais eficiente. Quando se devolve essa célula no corpo da pessoa, ela se multiplica e enfrenta o câncer com muito mais força e eficiência. É por isso que, nos EUA, os cientistas chamam esse processo de “medicamento vivo”.
Ademais, a reação é muito forte. Diante disso, deve-se realizar o tratamento em hospitais especializados no controle da inflamação ocasionada por essa luta reforçada contra o câncer.
Até o momento, sem opção nacional e o medicamento importado é caro. Entretanto, já existem ações na Justiça solicitando ao SUS que cubra o tratamento. Além disso, os convênios médicos, que costumam cobrir outros procedimentos oncológicos, ainda discutem se vão ou não cobrir a terapia.