Na última semana viralizou nas redes sociais o lançamento de um novo tipo de cigarro eletrônico. Além de ser “saudável”, o “health vape” ou “vape de vitaminas” promete um “alto desempenho” nas atividades diárias. O dispositivo é descrito como natural, livre de nicotina e acima de tudo, “sem danos à saúde”. No entanto, há comprovação de que inalar vitaminas seja benéfico à saúde.
A empresa IZ Health afirma que os produtos funcionam como um “difusor de óleos essenciais” para vaporização. Também há alternativas que fortaleceriam a imunidade e melhorariam a qualidade do sono. Todos “naturais”, com raízes e óleos de plantas.
No entanto, após a repercussão totalmente negativa, a IZ Health desativou o seu perfil nas redes sociais. Logo depois, os produtos também apareceram como “esgotados” em alguns sites onde eram comercializados.
Ausência de nicotina não elimina riscos
Embora não tenha a presença da nicotina, os riscos de se usar o cigarro eletrônico não são nulos. Primeiramente é necessário entender o funcionamento do cigarro eletrônico: após colocar o produto na boca e sugá-lo, o líquido (essência) inserido no cartucho é aquecido internamente e, depois da tragada, resulta no vapor que, segundo os médicos, pode ser chamado de fumaça. Assim, a combustão é prejudicial, mesmo acontecendo em uma temperatura menor do que a do cigarro convencional. Isso também vale para produtos naturais, como raízes e óleos. Não é porque a combustão acontece em temperaturas mais baixas, que ela é mais saudável.
Outro ponto a se considerar é a bateria do dispositivo. Em alguns modelos há vazamentos de metais dela para o vapor aspirado. Isso pode causar problemas de saúde.
A praticidade e tecnologia do cigarro eletrônico tem sido atrativos sobretudo entre os jovens. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o cigarro eletrônico pode causar danos tão severos quanto o cigarro tradicional, como dermatite, doenças respiratórias (lesão pulmonar) e cardiovasculares, além de câncer.
Proibição do cigarro eletrônico pela Anvisa
No ano anterior, após uma audiência pública, que contou com a participação de organizações de defesa do consumidor, a Anvisa determinou a proibição do produto. A medida abrange ainda acessórios e refis destinados ao uso nos dispositivos, assim como a propaganda, a publicidade e a promoção, inclusive na Internet, desses produtos. A proibição atinge especialmente os produtos que se apresentam como alternativa ao tratamento do tabagismo. Ademais, vale ressaltar que o cigarro eletrônico nunca teve registro no país.
Fonte: CNN Brasil.