Segundo um estudo realizado pela plataforma de inovação Distrito, o número de healthtechs que oferecem o serviço de saúde no Brasil praticamente dobrou. Esse crescimento aconteceu nos últimos quatro anos. Isso mostra que a população está cada vez mais buscando soluções alternativas para lidar com os problemas de saúde. 

Elas vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Além disso, também vêm sendo cada vez mais procuradas por clientes que perderam seus planos de saúde devido ao desemprego ou às altas mensalidades. Essa é uma tendência global. Segundo um relatório da Accenture, as healthtechs estão ganhando terreno em todo o mundo. Além de se tornar uma das principais fontes de inovação na área da saúde. 

De acordo com algumas das principais empresas do setor, houve uma alta da procura e da efetivação dos contratos nos últimos dois anos. Muitos dos clientes dessas empresas estavam sem cobertura de saúde suplementar antes de contratá-las. De quase 9 mil clientes da Sami, mais de 75% não tinham plano. Quase metade (45%) dos cerca de 13 mil clientes da QSaúde estava na mesma situação.

Para quem exige acesso direto a médicos especialistas e uma lista com muitos hospitais e laboratórios, startups podem não ser boa opção. 

Primeiras impressões

Em suma, as healthtechs têm contratos com número limitado de prestadores de serviço. Algumas até possuem uma remuneração atrativa a especialistas que aceitam atender clientes delas com exclusividade. Assim, garantem que o médico prescreva medicamentos conforme lista combinada previamente e não pedem exames em excesso e procedimentos desnecessários.  Para especialistas, é impossível exercer esse controle se um plano oferece dezenas de hospitais e centenas de médicos.

Ademais, pesar da boa impressão inicial relatada por clientes, há dúvidas sobre o modelo de negócio. A Sami demitiu 75 funcionários (15% do quadro) em junho. A base da saúde suplementar é o mutualismo, assim como na seguridade social. Planos coletam dinheiro dos saudáveis e usam para pagar a conta dos doentes. Pois, é bem difícil ter mutualidade com menos de 30 mil clientes (marca que nenhuma healthtech atingiu).  

Funcionamento

Se um plano possui 300 pessoas e uma delas sofre acidente e fica durante um longo tempo na UTI, o reajuste será elevadíssimo. Isso porque o custo do tratamento será distribuído entre os membros desse pequeno grupo.

Contudo, não se sabe também se a necessidade de passar pela equipe de atenção primária representará um filtro tão fechado. Este a ponto de o paciente não chegar aos especialistas, caso adoeça e precise de recursos dispendiosos.