Hospitais, clínicas e centros médicos estão se concentrando em uma entrega de qualidade maior em relação aos serviços que prestam. Assim, além de processos modernos, é preciso dedicar esforço para cuidar das pessoas, seja a equipe médica, funcionários ou pacientes; trazendo mais conforto e humanização para os processos.
Esse foi o principal assunto da 9ª edição do MedTech Talks, que aconteceu nesta última terça-feira, dia 09/11. O evento teve como tema a gestão com pessoas e como a cultura da inovação atinge os setores de saúde para que eles cresçam junto a seus colaboradores.
Por que ter uma gestão com pessoas?
Uma das grandes mudanças que está acontecendo no mercado, é como o colaborador é visto pela empresa. As empresas, inclusive aquelas que lidam com a saúde, precisam levar a opinião dessas pessoas para o seu núcleo e fazer com que todos se sintam ouvidos e entendidos.
É comum ouvir falar sobre a experiência do cliente, e neste caso do paciente. Porém, mais do que isso, é preciso levar em consideração o engajamento dos colaboradores. Afinal, eles serão o ponto de contato entre o hospital e o paciente.
Segundo a Superintendente de Serviço Hospitalar do Hospital São Francisco de Assis, Adriana Melo, existem duas maneiras de tratar da gestão: a gestão de pessoas e a gestão com pessoas. A gestão de pessoas implementa normas para a instituição que devem ser seguidas por todos os colaboradores. Contudo, a gestão com pessoas convida os colaboradores a participarem dos processos como forma do coletivo atingir resultados em comum.
Uma boa gestão com pessoas se preocupa com seus colaboradores
O hospital é um local que carrega um peso no emocional de todos. Assim, existe uma linha tênue entre fazer cobranças necessárias e a percepção que terceiros podem ter. Por isso, em ambientes nos quais as pessoas estão sob pressão, manter os colaboradores engajados é um desafio.
Peter Drucker, escritor conhecido, diz que “a cultura come a estratégia no café da manhã”. Porém, Melo tem uma visão diferente de como o processo deve ocorrer. Para a Superintendente, “a cultura e a estratégia devem ser grandes amigas para se sentarem à mesa e tomarem o café da manhã”.
Desse modo, é possível ver que os hospitais precisam ser mais incisivos e começarem a integrar e alterar seus processos para trazerem os colaboradores como parte essencial dos fluxos. Somente assim, a cultura da inovação é possível.
Para Robson Campos, diretor de ofertas e produtos RH da TOTVS, essa mudança na cultura é gerada por uma comunicação fluida e horizontal, que possibilita o desenvolvimento das pessoas. Campos ainda cita algumas técnicas que podem ser implementadas no cotidiano do hospital para estimular essa transformação: o life long learning, que é uma educação contínua, sem ter um período determinado de término; e o edutainment, que é a utilização de conteúdos educacionais que usufruem do entretenimento para passar sua mensagem.
Clareza nas mudanças
A mudança, neste caso ocasionada pela cultura de inovação, traz um nível de desconforto. Afinal, isso acontece com qualquer mudança.
Por isso, é trabalho do hospital mapear a realidade do seu ambiente e propor soluções na hora certa. Porém, ele deve levar em consideração que o hospital é feito de um grupo diverso, composto por pessoas de gerações e, em muitos casos, culturas diferentes.
Assim, é essencial que haja clareza nas novas jornadas de trabalho, buscando simplificar os processos e trazer o colaborador para dentro dos objetivos do hospital.