Um estudo inédito realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) em conjunto com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) reportou que, a partir do próximo ano, as mulheres serão maioria entre os profissionais de Medicina.
No Brasil, por exemplo, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2020, 46,9% dos profissionais registrados eram mulheres. Isso representa um aumento significativo em relação a 2010, quando elas representavam 37,2% da categoria.
Apesar do crescente número de mulheres na carreira, o salário anual delas mostra a grande diferença existente no mercado de trabalho. Ele chega a ser 36% menor do que o dos homens.
Mulheres no topo
As mulheres estão presentes em 19 especialidades, enquanto os homens em 36. A princípio, a dermatologia é a de longe com maior número — 8.236 médicas, representando 77,9% dos dermatologistas do país. Pediatria (75,6%), Alergia e Imunologia e Endocrinologia e Metabologia, ambas com 72,1%, completam a classificação.
Segundo a Demografia Médica, o fenômeno da “feminização” da profissão já vinha sendo observado desde 2009 entre os recém-graduados, mas ainda havia, no total da profissão, 59,5% de homens e 40,5% de mulheres. Em 2022 a proporção foi de 51,4% de médicos e 48,6% de médicas. Para 2024 a projeção é de que 50,2% do total de médicos no país sejam mulheres.
Entre 2010 e 2022, o número de mulheres médicas quase dobrou. Passou de 133 mil para 260 mil, aumentando para 48,6% de médicas contra 51,4% de médicos. A projeção é que em 2024, ou seja, daqui a um ano, as mulheres ultrapassem os homens e se tornem maioria na classe médica, com 50,2% do total de profissionais no país, e em 2035 a expectativa é que a porcentagem aumente para 56%.
1 milhão de médicos
O crescimento e abertura de cursos de medicina levará o país ao patamar de 1 milhão de profissionais até 2035. Em 2022, por exemplo, o Brasil contava com 389 escolas médicas que, juntas, ofereciam 41.805 vagas de graduação — desse total, 23 mil novas vagas foram abertas de 2013 em diante.
Entre 2010 e 2020, o número de alunos cursando o primeiro ano de escolas médicas passou de 16.818 para 40.881. Isso representa um crescimento de 143% no período — bem como a maior ampliação do ensino médico da história do país.
Ademais, para realizar a projeção futura, os pesquisadores exploraram dois cenários distintos e possíveis. Em um deles de um eventual “congelamento” na abertura de cursos de graduação e vagas de medicina entre 2023 e 2029 e outro com a manutenção dos efeitos da legislação vigente cuja criação de vagas é regulada e não seria interrompida.
Fonte: Veja e O Globo.